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Dra. Raquel Del Monde | CRM 78.619/SP

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Punições e eletrônicos

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Todos os dias, discussões acaloradas sobre “tempo de tela” acontecem em milhões de lares com adolescentes ao redor do mundo. Não é nada fácil resistir às tentações do mundo digital e as opções são cada vez mais amplas e sedutoras (e não só para os adolescentes, vamos combinar).

A pandemia, óbvio, só elevou ainda mais o nível de dificuldade para lidar com a questão. 

Pais e mães geralmente têm noção dos prejuízos que podem decorrer do uso excessivo de eletrônicos (vamos juntar aqui filmes, séries, jogos, vídeos, redes sociais e aplicativos diversos) em áreas importantes da vida: sono, atividade física, aprendizagem, interações reais. Ficam preocupados – até aterrorizados – com o “vício” e suas consequências a longo prazo, e muitas vezes recorrem a restrições aleatórias e castigos para tentar assumir o controle da situação, mesmo sem entender direito o papel disso tudo na vida dos filhos.

Para surpresa de ninguém, há vários fatores envolvidos no tempo excessivo de tela: não só características pessoais, mas também a qualidade de relacionamentos sociais e familiares e todo o contexto de vida do adolescente. Portanto, lidar com a situação é algo que se resume a proibições autoritárias.

Autistas apresentam uma tendência maior ao uso de eletrônicos

Autistas, reconhecidamente, apresentam uma tendência maior ao uso de eletrônicos. Peculiaridades do processamento visual, a busca por previsibilidade e lógica e as dificuldades das interações pessoais são alguns dos elementos por atrás disso. Podemos afirmar, sem medo algum, que há uma predisposição neurológica para isso – o que já invalida todas as especulações de que a permissividade dos pais tenha sido a origem do fato. 

Estabeleça limites quando necessário, mas compreenda a função dessa utilização

Compreender a função da utilização de eletrônicos é ainda mais importante nesses casos.

Ao mesmo tempo em que precisamos continuar alertas para os riscos de um uso excessivo, devemos reconhecer os benefícios dos recursos eletrônicos. Sistemas de comunicação aumentativa e alternativa, jogos extremamente úteis para o engajamento no aprendizado, programas para rotina e organização e ainda aplicativos desenvolvidos para ajudar na disfunção executiva e no controle de crises de ansiedade têm sido disponibilizados cada vez mais.

São ferramentas valiosas.

Além disso, as possibilidades de interação proporcionadas pela internet são inestimáveis para pessoas autistas. Elas permitem que se expressem melhor, que tenham oportunidades de trocas sociais mais prazerosas e que encontrem uma rede de apoio e identidade.

Abusar da retirada dos dispositivos como punição é uma atitude que não pode ser tomada levianamente. Já ouvi de muitos dos meus adolescentes que perder o acesso ao celular (tablet, note etc.) equivale a ser privado de todo contato social – e isso tem um impacto emocional que precisa ser considerado.

* Não custa lembrar: telas não causam autismo

CRM 78.619/SP

Dra. Raquel Del Monde

É médica formada pela USP – RP (1993), com residência em Pediatria pela Unicamp (1996) e Treinamento em Psiquiatria da Infância e Adolescência também pela Unicamp (2013). Viu sua carreira mudar quando seu filho mais velho recebeu o diagnóstico de autismo em 2006. Desde então, vem se dedicando exclusivamente ao atendimento de pessoas neurodiversas, ao aprofundamento nas questões da neurodiversidade, e tornou-se uma ativista da luta anti-capacitista.

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