Quando a dificuldade para cumprir as sequências de ações de uma tarefa (a tal disfunção executiva) se soma à rigidez do autismo, o resultado pode ser paralisante. Literalmente.
Toda e qualquer tarefa que executamos – das mais banais, como escovar os dentes, até as mais complexas, como concluir um curso universitário – pode ser dividida em passos menores, que são as ações necessárias para alcançar o resultado que buscamos. Pessoas com disfunção executiva (geralmente com TDAH ou TEA) têm dificuldades no gerenciamento dessas ações, o que frequentemente leva à procrastinação e falhas na conclusão de atividades diversas.
Imagine o que acontece quando, no meio da sequência dos passitos de uma tarefa, surge um item a mais. Por exemplo: você finalmente se programa para arrumar seu armário e vê que uma gaveta está quebrada; você já se acostumou com a rotina no trabalho e o chefe pede ajuda em outro departamento; a academia em que você treina coloca uma catraca com senha na entrada. Coisas banais.
O elemento adicional já complica para o lado da disfunção executiva e o toque da rigidez pode fazer com que a pessoa trave e desista completamente da atividade, deixando todos perplexos. Fica parecendo birra, má vontade, preguiça. Com a diferença que a própria pessoa fica mais decepcionada e frustrada que qualquer outra.
Como em muitos outras situações em que as coisas estão juntas e misturadas, é importante saber separar o que é de uma esfera ou da outra, porque cada uma pede uma abordagem.